terça-feira, 30 de novembro de 2010

Marioneta

Em muitos momentos consigo ver a cena por fora de meu corpo e me vejo presa a linhas que moldam cada movimento que eu faço. Parece que sou apenas mais uma marioneta guiada por alguém. São nesse momentos que me questiono se tudo o que eu vivo é real ou se não é simplesmente planejado por alguém que controla tudo. Esses movimentos mecânicos me fazem mal, deixam aquele sentimento de menos humana e mais máquina. Onde tudo é minimamente calculado, até mesmo a resposta mais complexa.
Me questiono por que me sinto assim e nenhuma resposta vem a mente. E isso me deixa ainda mais intrigada acreditando que não tenho essas respostas porque alguém também controla a minha maneira de pensar. Nisso mais questionamentos vão surgindo na cabeça, e para nenhum deles acho resposta. Isso acaba com a tranquilidade me tira o sono, me faz ficar nervosa, perco meu tempo para nenhuma resposta.
Já me perguntei se esse jeito mecânico é um reflexo da sociedade em que vivemos. Onde pra tudo tem hora e lugar programados. Se sair da rotina por um segundo vira um caos. Devemos levantar, nos arrumar e sair... Devemos almoçar ao meio dia... Devemos seguir cada passo que o restante dá. É tudo tão repetitivo. Vai me subindo um sentimento, uma vontade de parar no meio da rua e gritar... Para que assim pelo menos por um instante as mesmas coisas de sempre mudem um pouco. Para que aquela cardume de pessoas mude seu trajeto, nem que seja por um segundo. Já teria valido a pena.
Pensando em tudo percebi que as pessoas que tentam mostrar isso são julgadas loucas pelo restante e que só vão descobrir que esses "loucos" tinham razão muito tempo depois da morte. E que depois todos passam a seguir exatamente aquilo que foi dito. É como um ciclo vicioso onde por mais que algumas pessoas tentem modificar acabam caindo num habito sem volta.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

No clarão da noite...

Faz alguns dias que essa frase não sai da minha cabeça. Posso dizer que isso me irrita, porque criei uma bela forma de descrever algo que acredito ser belo porém há contradições quanto a isso. Foi quando uma certa imagem surgiu em minha mente, algo nunca vivido, mas imaginado um milhão de vezes. Sim, bem no meio da noite imagens que me assombravam anos atrás surgem. Me mostram o caminho, talvez eu tenha parado naquele momento exatamente porque me faltavam essas palavras para que continuasse.
É engraçado e assustador como a nossa mente funciona e como nos surpreende. E foi vendo essa imagem que resolvi ler um texto especifico e vi que ela se encaixava ali como uma peça que faltava no quebra cabeça. Era tudo o que eu precisava pra tomar coragem e continuar aquele texto que tanto me culpava por não ter dado continuidade nos ultimos 2 anos. É um trabalho que reluto em continuar, mas me culpo por não tentar. Porque querendo ou não há um pedacinho meu que escondo em cada palavra dessa história que escrevo.
Mas não vou revela-las jamais. Se um dia terminar de escrever alguém pode descobrir ou não que segredos meus estão escondidos ali. Ninguém pode adivinhar o que a mente pode ser capaz de criar, desvendar ou compreender.
Não deixarei ninguém curioso dessa frase que me fez perder um pouco do sossego nos ultimos dias: "E as minhas lágrimas caiam, como as gotas de chuva lá fora." O restante que surgiu em minha mente para continuar esse trecho fica guardado com a história.


P.S.: Não costumo explicar as imagens que coloco nos textos, mas essa eu gostaria de explicar. É uma foto minha totalmente despercebida, é assim que eu fico quando me perco em pensamentos. É exatamente dessa forma que me encontrava quando achei a solução pro que me tirou o sono ontem e hoje. (nos outros dias dormi, mas sonhava com a imagem referente a frase). A diferença é que ao encontrar minha resposta estava em meu quarto deitada na cama olhando uma tela em branco no computador.
Chega de explicações sem sentido e desnecessárias.

sábado, 20 de novembro de 2010

Tela em branco

Ouvi alguém dizer que se pudesse escolher a cor para sua vida escolheria rosa. Na hora imaginei como alguém pode escolher apenas uma cor pra vida toda. E realmente não consegui chegar a uma conclusão. Porque a vida é como uma tela em branco, aonde a cada dia vamos pintando de uma nova cor e dando formas. Então como pintar esse quadro tão abstrato de uma cor só?!

Entendo que para cada momento da vida há uma cor diferente. Em dias que não estou com um humor muito bom poderia pintar de cinza, ou quem sabe abusar dos tons sombrios?! Nos dias felizes faria uma aquarela inteira, todas as cores estariam presentes nesse pedaço de minha tela.

Pelo que imagino a minha tela em branco vai ganhando cores novas a cada dia, cores já vistas e cores que vão sendo criadas a cada acontecimento. E quando eu conseguir finalizar essa tela tenho certeza que quem a ver pode não entender algumas misturas de cores, algumas figuras ou o quadro por inteiro. Mas tenho certeza que aqueles que me ajudaram a pintar entenderam cada corzinha, cada movimento e cada forma que estiver ali, pois me ajudaram a criar essa obra impar.

Não vou pensar no fim dele, porque acredito que ainda tem muito tempo até que o termine. Por isso só espero colorir ele mais e mais a cada dia. E que venha as cores frias, cores quentes, cores sóbrias, sombrias, alegres... Que venham todas as cores! Quanto mais abstrato, insensato, louco, divertido, alegre e contraditório melhor. Pois a vida querendo ou não é uma surpresa a cada dia. E essa tela não deixa de ser uma também.


P.S: Essa tela foi pintada por mim.