domingo, 26 de dezembro de 2010

Querido Leitor,

Tá eu sei o titulo tá péssimo, mas não consegui pensar em nada melhor quando quero falar diretamente com você que acompanha esse blog. Enfim, chega de falar sobre o titulo e vou direto ao assunto.
Bom (não sei como começar a falar)comecei a escrever porque passava por uma fase meio ruim em casa e não queria mostrar o que realmente sentia. Por isso comecei a escrever, no começo nas capas de apostila, pedaços de papel perdidos, cadernos, agenda e em qualquer lugar que desse pra guardar depois. Na época foi a única maneira que encontrei pra poder soltar aquele grito que estava preso em minha garganta. Alguns anos depois pensei em fazer um blog, só por fazer, ai nasceu o Black. No começo era anônimo porque não queria que soubessem que por trás dele estava essa menina hiper mimada e infantil. Porém meu melhor amigo @pdromnds falou que se eu não colocasse meu nome ele ia publicar todos eles em um livro em meu nome. T.T Por pressão psicológica pesada eu dei a minha cara a tapa aqui.

Admito que por muitas vezes não falar o que penso acabo por escrever, me acostumei tanto a isso que não consigo reverter. E nem me importo também, porque sinceramente escrever se tornou uma das minhas paixões. Escolhi a minha faculdade, jornalismo, exatamente por isso. Nunca pensei seriamente em ser jornalista de TV, revistas e jornais, pensei em ser cronista e publicar onde desse (passar fome). Realmente a escrita é uma parte de mim e ficar sem isso me corta o coração. Calma, não estou pensando em parar de escrever. Só estou pensando em apagar os blogs (dá doendo muito pensar nisso).

É repentino, não havia pensado nisso antes. Mas infelizmente essa madrugada aconteceu uma coisa que realmente me deixou triste. O meu querido amigo @xexeualves veio me contar que ele havia achado um blog, e pensou em mim. Porque era a minha cara e me mandou o link. Ai o meu mundo de escritora caiu, ao ler o texto que ele havia me mandado pela url percebi que a pessoa havia pegado partes de textos meus, trocado poucas palavras ( o que sinceramente não ajudou em nada, dá pra ver que “plagiou”) para poder dizer que foi escrito por ela. Ok, isso pode significar que a pessoa se identificou com o que eu escrevi e resolveu dar a sua cara. Porém (sempre há um porém) eles estão sendo usados de uma maneira errônea. Não vou entrar em detalhes, mas ver as minhas palavras sendo utilizadas para aquilo me magoou e muito. Dá doendo muito, eu realmente não sabia o que fazer. E pensei que para que isso não aconteça mais só há uma saída. Desistir (eu não acredito que to falando isso) do Black (meu grande companheiro dos últimos anos) e do Tumblr (minha nova mania, vicio, paixão). O Michel acha que essa não seria a saída, ele me falou que as pessoas que seguem o que eu escrevo ficariam tristes com isso. Por isso resolvi contar pra vocês o que aconteceu antes de tomar qualquer decisão. A opinião de você leitor realmente faria a diferença pra essa menina aqui tão perdida nesse momento.

Peço desculpas por esse bapho todo, isso também não me agrada. Mas como de praxe faço besteira quando me perco. E obrigada por tudo mesmo, por esses 2 anos e 8 meses de desabafos loucos e inconsequentes.

PS: Qualquer coisa é só me mandar um e-mail: bettarodrigues.pfg@gmail.com


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Reflexo

Era mais uma noite chuvosa até então nada diferente do que poderia ser em uma temporada de chuvas. Como não havia mais nada pra fazer e já era quase 23:00 resolvi tomar um banho antes de ir dormir. Fui até meu quarto arrumei a cama, peguei meu pijama pra levar pro banheiro e fechei a janela. Para não me assustar durante a noite fechei a cortina também.
Entrei no banheiro, peguei minha escova e coloquei pasta. Liguei o chuveiro para que a água fosse esquentando, aproveitei e coloquei o ipod no iboo. Minhas músicas tocavam e eu ia aproveitar pra tirar uma meia horinha pra esquecer da vida, deixar apenas a água cair em meu corpo e sentir isso. Nesse momento era proibido pensar em qualquer coisa, sentir qualquer coisa, lembrar ou etc. Era apenas pra deixar a água lavar minha alma para que ficasse mais leve. Algo que um bom banho de chuva resolveria, mas as gotas vinham apenas durante a noite nessa semana. E o fato de serem tempestades também não ajudava muito.Então aquele banho seria uma boa solução.
Quando o banheiro já estava embaçado por causa do vapor eu fui pra debaixo do chuveiro. Deixei a água cair aos poucos pelo corpo, molhando cada pedacinho de mim. Primeiro senti as gotas escorrerem pela minha cabeça, em seguida senti caindo pelo meu rosto. Algum tempo depois pelo pescoço, ombros,braços, colo, pernas até chegar aos meus pés. A sensação era tão boa e relaxante que realmente não escutava mais nada além das músicas e do barulho das gotas caindo no chão. Estava tão concentrada que fechei meus olhos para me desligar realmente de tudo.
De repente escuto um barulho forte. O trovão me assustou e me despertou, olhei pela janela. Estava tão escuro que não conseguia ver nada. A chuva piorava ainda mais minha visão. Como não via nada além do vidro voltei a me concentrar, mas dessa vez atenta a qualquer raio que caísse. Também não fechei os olhos, fiquei encarando a escuridão a minha frente. Foi no momento exato que cheguei ao ápice da minha imersão ao nada que outro raio caiu.
Me assustei não apenas com o barulho ou com a luz, eu poderia jurar que vi um reflexo na janela do banheiro. Vi perfeitamente a forma de um rosto, e de novo aqueles olhos que me assombravam. Não era possível que até durante o banho eu não teria paz. Fiquei por uns minutos tentando olhar e rever aquela imagem, precisava da certeza que não estava ficando louca. Mas não consegui nada além do breu a minha frente. Só podia ser a minha imaginação brincado comigo, estava muito impressiona com o que estava acontecendo nos ultimos dias. Era apenas isso.
Mas o medo não me deixou terminar o banho tranquilamente. Fechei o chuveiro, me troquei, desliguei o iboo. Corri pro meu quarto e me escondi de novo em baixo das cobertas. Ali me sentia segura, a imagem continuava em minha cabeça. Era a junção dos reflexos do raio com a cor negra da noite que formaram ela. Apenas uma ilusão, não teria como ser outra coisa. Na tentativa de me convencer disso acabei pegando no sono.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ligação

Acordei assustada com o toque de SMS do meu celular, era apenas uma daquelas mensagens da operadora. Olhei pro lado meio assustada ainda, não com o barulho mas sim com o sonho que estava tendo antes de escutar o som. Aquilo não foi um sonho qualquer, parecia um aviso. Tão real ao ponto de me fazer ficar na cama quieta por um bom tempo.
Minha mãe gritava que o almoço estava pronto, então não tive outra alternativa. Levantei, tomei um banho, arrumei o quarto e fui almoçar. Depois sai pra dar um volta, encontrei com três amigos e fomos para o RB tomar um sorvetes e ficar de bobeira. O Be tinha levado o violão então eu, o Max e o Tom ficamos no Na na na na na. Be ria da situação e pediu para que nós parássemos de enrolar e soltássemos a voz. Estava tudo na maior tranquilidade, eu tomava meu milk shake de chocolate e os meninos faziam a serenata. Consegui até esquecer daquele pesadelo terrível.
Mas não demorou muito para que o Tom pedisse que eu cantasse alguma música, falei que não cantaria porque era muito desafinada então ficava só no na na na e nas palmas pra acompanhar. Infelizmente essa desculpa não deu certo, dois minutos depois estava eu cantando e interpretando as músicas mais alegres e fofas... Sem perceber o Be começou a tocar uma certa música e eu fui no embalo cantando, até ai tudo bem. Mas quando cheguei na sétima estrofe as gotas que eu guardava tão bem não se seguraram, e caiam pelo meu rosto. Num desespero pra que ninguém me visse naquele momento frágil corri sem perceber a direção que ia.
Estava fora do RB quando esbarrei em alguém, essa pessoa me segurou forte. Me abraçava e dizia em meu ouvido que tudo ia ficar bem que agora estávamos juntos e nada ruim poderia acontecer. Instintivamente empurrei na esperança de me soltar, mas fiquei presa. Me segurava pelo braço. Foi então que olhei pela primeira vez para o rosto, foi um choque. O encontro de nossos olhos foi elétrico.
Olhando naqueles profundos olhos de felino consegui entrar por seus pensamentos e ver exatamente o que se passava naquela mente. Me via através dos olhos de predador, senti que eu não era a unica a conseguir fazer isso. Aquela sensação estranha era recíproca. Nós dois conseguíamos "ler" o que o outro pensava. Desviei os olhos, as mãos me soltaram e corri ainda mais rápido.
Só fui parar quando cheguei no jardim para onde sempre fugia quando precisava pensar. Sentei no meu balanço de baixo da mangueira e fiquei um tempo sem conseguir pensar em nada. Até que minha mente foi bombardeada com imagens. Imagens daquele dia ímpar, quando isso aconteceu pela primeira vez. Era Junho de 2008 estava com você na sala vendo um filme qualquer. Nós conversamos sobre bobagens pra não dizer o que na verdade não poderia ser dito. Muito tempo havia se passado da ultima vez que nos vimos, nem eu nem você queríamos estragar aquele momento. Até que sem querer um unica lágrima escorreu pelo meu rosto e então tocou a minha face na esperança de seca-la. Nossos olhos se encontraram e a estranha ligação aconteceu pela primeira vez.
Mudei o rumo dos pensamentos, antes que o restante das lembranças do nosso dia voltassem a me torturar. Sequei as gotinhas salgadas e fui para casa.
Cheguei e subi até meu quarto, sentei na beirada da cama. Olhava pela janela, o sol tocava meu corpo, mas não conseguia sentir o calor. Parecia que mais nada fazia sentido... Era tão estranho e eu já não sabia mais se você era real ou apenas um sonho.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Noite Sombria

Era uma noite como outra qualquer, estava lendo algo no computador. Quando escuto o barulho do vento em minha janela... Naquele momento continuei lendo sem nem me dar conta do que acontecia lá fora. Algum tempo depois escuto algumas gotas baterem em minha janela, foi ai que me lembrei da vontade que estava de tomar um banho de chuva. Pois como as pessoas dizem nada melhor do que um banho de chuva pra lavar a alma e dar nova energia. Depois desse pensamento voltei a me concentrar na leitura que fazia...
Alguns minutos depois o vento ainda soprava sinistramente lá fora, e as gotas de chuva ainda batiam em minha janela, mas havia algo de diferente. Já que uma música começou a tocar... Quando escutei o primeiro verso da letra não pude deixar de me lembrar de você, e de tudo aquilo que já havia-mos vivido um dia... A melodia e o vento lá fora pareciam se unir, tinham o mesmo som...
Fui até a janela e a abri... Deixei que a chuva molhasse o meu rosto e meu corpo levemente... Senti aquele vento gelado brincar com meus cabelos soltos e tocar levemente o meu rosto. Enquanto ia sentindo isso fechei meu olhos e aos poucos fui deixando o embalo da música guiar meus pés... Era como se não estivesse mais sozinha presa em meu quarto, era como se estivesse em uma daquelas noites em que brincávamos no meio da chuva... Eu ia esquecendo do mundo, esquecendo de tudo e era conduzida por alguém que não estava ali...
A música parou e eu abri meus olhos, estava de volta no lugar que comecei a dança. Meu corpo estava gelado e molhado. Olhei fixamente para a noite sombria, não conseguia desvendar nenhuma das sombras daquela noite tempestuosa. Mas algo me chamava a atenção na árvore que ficava frente ao meu quarto. Poderia ser apenas uma ilusão, mas eu via aqueles olhos de felino me encarando. Como se sentisse prazer em me ver parada com frio e medo...
O vento soprou ainda mais forte e seu barulho era ainda mais sinistro, fechei a janela correndo assustada. Mas continuava sentir aquele olhar sobre mim. "era apenas uma ilusão", eu pensava. Apaguei as luzes do quarto, desliguei o computador e corri pra cama. Deitei e me escondi em baixo das cobertas acreditando que estava protegida do que quer que estivesse lá fora.
Antes mesmo de perceber cai no sono. Os sonhos que tive durante a noite foram confusos, eram muitas imagens que não entendia, pessoas que eu nunca havia visto. Mesmo no sonho eu ainda sentia aquele olhar de predador a me observar. Lembro-me de ter sonhado com meu celular tocando, não conseguia ver quem me ligava. E quando atendia a pessoa não falava nada. Foi então que acordei assustada, peguei o celular em baixo do travesseiro e olhei, não havia nenhuma ligação. Tentei esquecer de tudo e dormir novamente, desmaiei em sono profundo...
Já era quase meio dia quando ouvi minha mãe me chamando, abri os olhos... Ainda sonolenta peguei meu óculos ao lado da cama e quando virei pra levantar levei um susto. Não podia ser real, não era possível. Como aquilo foi parar ao lado do meu travesseiro? Levei a mão até a rosa vermelha para ter certeza que não era uma miragem. Um espinho furou meu dedo, coloquei o dedo na boca e chupei o sangue.
Fiquei parada olhando para aquela flor tão delicada em meus dedos, ela era real. Não era imaginação. Eu estava certa em sentir aqueles olhos me observando... Eu sabia, eu tinha certeza... Era você na árvore, mas como conseguiu entrar em meu quarto se a janela estava fechada? Esse detalhe não me importava... A unica coisa que me importava naquele momento é que você esteve ali, a rosa era apenas a confirmação disso... Um sorriso surgiu em meu rosto...
Você não esteve apenas em meu quarto na noite passada, você ainda se lembrava das noites sombrias e frias de chuva, ainda se lembrava da promessa que havia feito.... E o mais importante de tudo... Ainda me amava.