segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sorriso

Nunca fui de reparar em sorrisos. Eles não me chamavam atenção. Afinal de contas sempre soube que uma pessoa pode colocar um sorriso no rosto mesmo quando não quer, já que ele pode ser um disfarce. Era exatamente assim que eu pensava até conhecer um sorriso que mudou minha opinião.

É aquele sorriso incógnito, cheio de mistérios, sincero. Às vezes atrevido, safado. Um sorriso que me deixa fora de mim. Seria capaz de qualquer coisa só pra o ver surgindo. Enquanto seus olhos me contam segredos, seu sorriso me deixa curiosa, em dúvida. O que será que passou em sua mente para ele ficar tão lindo e envolvente assim?

Outras vezes ele fica meio de lado, meio envergonhado. Ou então ele fica meio bobo, apaixonado e, em outras, divertido. Ele muda em segundos de um para o outro. E conforme vai mudando vai me ganhando.

Seria impossível não me apaixonar por esse sorriso. Mais impossível ainda é resistir a ele. E em nenhuma vez eu resisti, e a cada vez que o vejo me apaixono de novo. E posso dizer com toda certeza que é a vontade de desvendar o mistério desse lindo sorriso que me faz querer vê-lo cada dia mais.

sábado, 28 de maio de 2011

Olhos

Seus olhos, você nem sabe, mas eles me contam tudo. São eles que me dizem quando você está estressada, quando está triste, confusa, chateada, brava... Não me contam só isso, também quando está feliz, quando está querendo aprontar, quando seus pensamentos são atrevidos. Esses que antes me intimidavam hoje contam segredos.

As minhas memórias em relação a ti sempre tem uma dose a mais de seus olhares, porque eles fazem a tradução do que está acontecendo ao certo. Posso dizer que no instante em que vi a frieza roubando o lugar dos sentimentos doeu bem mais do que qualquer palavra que me falou. Instantes depois vi aquele brilho intenso aparecendo de novo e contando que apesar da frieza ainda existia algo ali. Isso me deu forças e me fez acreditar.

São seus olhos que me fizeram ficar aqui e por eles continuo tentando. Porque em todas as vezes que tentou me dizer “adeus” eu vi a dor. Então eu sabia que não era a única desejando que tudo fosse diferente. Insistia mais uma vez... E por eles, que só ás vezes, me contam o que quer esconder eu continuarei aqui lutando.

domingo, 15 de maio de 2011

Marcas

Meu corpo ainda tinha marcas do nosso ultimo encontro. Minha memoria ainda teima em lembrar cada momento. E meu coração ainda sente o peso de cada palavra dita. O sorriso no meu rosto não engana a ninguém, meus olhos estão cheios de lágrimas. E enquanto estou sozinha em casa elas insistem em cair...

Fazia um tempo que não deixava meus sentimentos soltos assim, mas não conseguia mais os conter. O que me deixava ainda mais chateada era o fato de não esconder o que sentia e mesmo assim as palavras ainda me faltavam. Sentia-me fraca, não somente pelas lágrimas e sentimentos soltos, a fraqueza era maior sem minhas palavras.

Nesse momento fechei os olhos pra evitar novas gotinhas que estavam querendo molhar meu rosto. Ao abrir os olhos olhei pra lua. Era quase lua cheia, estava linda, meio tampada pelas nuvens escuras do céu. E como não me lembrar daquele sorriso? Ou daqueles olhos que tanto me intimidavam? Incrível como quanto mais tentava não pensar nisso ou esquecer aquilo mais voltavam e me assombravam.

Então olhei no relógio, e pela primeira vez percebi que nada mais importava. Eu estava cansada. Nunca sabia como agir, e entrava em desespero quando não tinha ação. Típico e ridículo isso. E era nesses momentos que cometia as maiores burradas. Mas pela primeira vez consegui conter meu lado impulsivo, não liguei, não mandei mensagens, nem e-mail e nada. Calei-me, segurei o meu silêncio. E nele me prendi...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Surpreenda...

Caso eu fale que te odeio, entenda que na verdade eu gosto de você, mas naquele momento estou com raiva de algo que você fez. Por isso me surpreenda, faça uma brincadeira boba pra me ver rir, me abrace forte para que eu esqueça do resto, roube um beijo para parar com as minhas reclamações.

Se eu estiver escondendo meu rosto por estar chorando, apenas me puxe pra mais perto e seque minhas lágrimas. Me abrace e não diga nada, apenas me dê carinho.

Quando começar a dizer que não é nada não insista. Espere que no momento que eu sentir certo eu vou te falar o que é. Até porque as vezes pode ser que não seja nada mesmo. Meu humor é mutável e muda por nada. Não tente compreender isso. Na verdade, não sei... Apenas me surpreenda...



terça-feira, 3 de maio de 2011

Palavras

Palavras que ficam me atormentando. Frases que não me deixam em paz. Verbos que voltam a minha mente. Tudo me lembrando o que não quero lembrar. Quanto mais tento esquecer aquilo que não quero escrever mais presente está em meu consciente. Talvez pelo fato de não estar acostumada a negar um texto, mas acredito que não. Pois não são minhas próprias palavras que vêem a minha mente. São palavras ditas a mim, que meus ouvidos escutaram e que fizeram nascer o enredo que não quero escrever.

Continuo lutando contra minha imaginação, cortando aquilo que não quero que saia. Acreditando que assim talvez seja melhor, que ainda não estou preparada pra colocar isso pra fora. Ou então que não precisa ser jogado ao vento. Ao fazer isso nego quem eu sou, nego a minha natureza de escrever. Fazendo isso causo uma luta interna, uma confusão a mais entre todos os meus “eus”. Isso é meio egoísmo e sinto que não faz parte de mim.

São tantos talvez, porém, acho, não, mas, acredito, nego, faço. Tantas palavras que me deixam ainda mais confusa. Que querem sair, que me assombram e que mesmo assim insisto em segura-las. Qual é o verdadeiro motivo de não deixar que elas saiam? Essa é uma resposta que não sei, e/ou talvez que tenha medo de saber. Por isso prefiro continuar em silêncio.



domingo, 1 de maio de 2011

Escondendo

Seus olhos estavam fechados, mas isso não impedia as lágrimas de cair. Lá estava ela mais uma vez sentada no chão tentando respirar. A porta estava trancada e nem assim sentia-se segura. Só queria um abraço naquele momento. Estava realmente cansada daquele terrorismo psicológico, mas não havia nada pra ser feito contra aquilo. Já havia tentado de tudo, pelo menos era o que imaginava. As lágrimas não paravam de cair e ela só queria gritar, mas mantinha-se em silêncio. Típico da menina, sofria calada, ninguém sabia quando estava realmente triste ou chateada.

Ela ouvia os passos lá fora e a cada um que escutava ela tremia e chorava ainda mais. Queria sair dali e correr o mais rápido possível, mas seu corpo não respondia. Ela apenas chorava, cada lágrima que caia a deixava irritada. Odiava o fato de sentir-se fraca.