segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Pai, se assim posso te chamar, quantas vezes em meu quarto escuro lhe pedia uma orientação? Pai quantas vezes lhe implorei por um caminho certo a seguir? Quantas vezes lhe chamei querendo um pouco da sua atenção? Sei que o mundo é grande e que tem muitas pessoas a atender, mas eu só queria um sinal do senhor, apenas algo que me fizesse crer que o senhor está ai e que escuta o meu chamado.

Sei que há muito tempo eu tenho te renegado, fugido do senhor, com medo, duvidando de ti. Peço perdão por todas às vezes que te neguei, que não lhe procurei, que joguei teu nome em vão. Peço-lhe ainda mais desculpas por ser uma filha com tão pouca fé.

Tenho procurado sentir aquela fé que sentia antes, querendo acreditar no que mal acredito. É difícil voltar aquele tempo. Mas tenho me esforçado, não sei, não gosto de lhe procurar apenas quando estou na pior, por isso muitas vezes prefiro ficar em silêncio. Sei que o senhor é bom e entende todas as desculpas que filhos como eu insistem em dizer. Ou então compreende e perdoa todos os obstáculos tolos que colocamos no caminho para não lhe procurar, não lhe sentir, não lhe aceitar.

Pai, não posso negar que lhe senti por perto, que diversas vezes senti o senhor me chamando. Mas por medo preferi negar, me esconder, fingir que não te escuto. E agora estou aqui implorando para lhe sentir novamente, pedindo com todas as minhas forças para que não me abandone. Isso é tão injusto vindo de quem lhe deu pouca atenção, de quem lhe negou, de quem fugiu. Peço novamente perdão, e esse é aquele que vem do fundo do peito, da alma sabe? Daquele que realmente está arrependido.

Pai, me perdoa, me aceita como o filho perdido que quer reencontrar teu caminho. E ilumina minhas difíceis decisões.

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